quarta-feira, 11 de dezembro de 2013



  • Segundo o deputado, a tatuagem nos olhos pode gerar problemas sérios oftalmológicos, tais como: inflamações, catarata, glaucoma e até cegueira
O deputado federal Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC) apresentou um projeto de lei proibindo a tatuagem nas escleras oculares, mais conhecidas como a parte branca dos olhos, no Brasil.
De acordo com o texto enviado por ele, ficaria proibida em todo o território nacional a prática de tatuagem em estruturas oculares o que incluiria "a esclera ocular, a íris e demais partes constitutivas dos olhos".
Segundo o deputado, este tipo de tatuagem surgiu em 2010, quando dois presidiários norte-americanos tatuaram suas escleras durante o cumprimento de suas respectivas penas e a notícia e a prática desse tipo de tatuagem se espalhou para outras partes do mundo.

O texto também acrescenta que, paralelamente, outra forma de tatuagem foi desenvolvida para mudar a coloração da íris ocular ou, de forma mais popular, para alterar a cor dos olhos. "Esse tipo de tatuagem, considerada uma intervenção cirúrgica pelos oftalmologistas, é denominada de "eyeball tatoo" e não é isenta de riscos. Ao contrário, seus riscos são elevados e podem levar ou agravar a problemas sérios oftalmológicos, tais como: inflamações, catarata, glaucoma e até cegueira", adverte Mendonça.

O deputado justifica seu projeto alegando que este tipo de tatuagem seria um "risco seríssimo a que se sujeitam muitas pessoas, jovens em sua grande maioria, cremos que há de haver uma manifestação clara do Poder Público no sentido da proibição dessa prática".

Ele frisa que não se trata  "de um preconceito contra práticas individuais e que só dizem respeito ao sujeito que as pratica, nem tampouco tentar impor um padrão de comportamento ou estético, mas a proteção da saúde de pessoas que podem estar, de forma desavisada e imprudente, a um passo da mutilação".

Para virar lei, o projeto terá de ser aprovado em votação.
Opinião médica
Andréa Barbosa, diretora-médica da Clínica de Olhos São Francisco de Assis, no Rio de Janeiro, diz que o pigmento da tatuagem é injetado entre a parte branca dos olhos, a esclera, e a conjuntiva, uma espécie de 'filme' que recobre a esclera. Esse tipo de técnica é invasiva e necessita de treinamento para manipular os olhos.
"Não há nenhum tipo de segurança e os riscos desse procedimento precisam ser pensados. O aparelho usado para injetar a tinta pode, além de perfurar o olho, causar algumas infecções e até arranhar a córnea. Alguns estudos científicos precisam ser realizados para saber a toxidade desse pigmento. A tinta pode aumentar a pressão intraocular e causar até mesmo glaucoma e cegueira. Há também a possibilidade de ser absorvida e causar até obstrução de vasos", afirma a médica.
Barbosa também lembra que, como a esclera fica encoberta pela tinta, é importe lembrar também que algumas doenças podem ter o diagnóstico comprometido, como tumores, esclerite (inflamação da esclera), entre outras lesões.
Ampliar


Veja mitos e verdades sobre a saúde dos olhos17 fotos

9 / 17
Não é preciso prescrição médica para usar colírio. MITO: colírios também são medicamentos e devem ser usados com cautela. Seu consumo indiscriminado pode causar mais problemas do que resolvê-los. "O uso de colírios, incluindo os chamados adstringentes, só deve ser feito com recomendação médica. Já a utilização de alguns colírios sem controle, como os de antibióticos e de cortisona, pode causar perda de visão importante e até cegueira", alerta Carlos Eduardo Arieta, professor do Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia da Unicamp Leia mais Danilo Verpa/Folhapress

Nenhum comentário:

Postar um comentário